sábado, 14 de março de 2009

Capitulo III - 1945 / 1954 – PERIODO DE ADAPTAÇÃO

ANO DE 1945 serviu como um referencial para a história política brasileira. Foi a partir dos últimos anos do Estado Novo que os políticos brasileiros começaram a lutar por um sistema que pudesse ser menos cruel do que aquele que estava estabelecido no Brasil. A partir de então, a conjuntura da Redemocratização através de fatores que desencadearam na queda de Getúlio Vargas em 29 de agosto de 1945, fez com que os municípios readquirissem a autonomia político-administrativa, perdida durante a vigência do Estado Novo (1937-1945).
A redemocratização foi um grande golpe, senão o maior em cima das velhas oligarquias que mesmo enfraquecidas com a Revolução de 1930, resistiam em comandar os municípios através de benesses que os chefes aligarcas repassavam aos filhos ou a qualquer outra pessoa de sua extrema confiança.
Com o fim da ditadura Vargas foram fundados no Brasil três partidos políticos: a UDN (União Democrática Nacional), fundado em abril de 1945 como uma facção que se posicionava contra a ditadura estadonovista, caracterizando-se essencialmente pela oposição constante a Getúlio Vargas, abrigando os antigetulistas, os liberais e antipopulistas; o PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) fundado em maio de 1945 – manobra dos getulistas – criado com o objetivo de atrair as camadas populares que apoiavam a obra social e trabalhista do Estado Novo, bem como para preservar a imagem pública de Vargas; o PSD (Partido Social Democrático) fundado em julho de 1945 pelos interventores nomeados por Getúlio Vargas durante o Estado Novo.
Com a renovação tangida pela Redemocratização e como os tempos estavam mudando realmente, criou-se em todos os recantos do país a possibilidade de enterrar o poder autoritário do Estado Novo, dando oportunidades a novas lideranças.
A partir de 1945, as eleições municipais passaram a se realizar de forma direta e sob o controle da Justiça Eleitoral no Brasil (Tribunal Superior Eleitoral), permitindo que a vontade do povo exercida nas urnas fosse respeitada. Essa exigência legal inserida na Constituição da República (1946) acabou com as chamadas eleições a bico de pena, que eram por demais fraudulentas e beneficiavam as velhas oligarquias municipais.
Com isso, o controle sobre as eleições em Limoeiro do Norte através do cartório já não teria a mesma eficiência de antes. Restaria àqueles viciados em ganhar eleições à custa de fraudes, mostrar suas verdadeiras lideranças junto ao povo.
A adoção de um novo sistema, indubitavelmente abalou a força política dos Chaves, até então livres de desgastes e passando vitoriosos pelos golpes, revoluções, conflitos e outros acontecimentos políticos. Foram obrigados a se adaptar aos novos tempos preferindo filiarem-se no PSD, pretendendo através da influência getulista dar continuidade ao poder exercido no município até então. E foi justamente com a redemocratização, que viria acontecer o primeiro e forte abalo que os atingiu em cheio, com a recriação da Justiça Eleitoral.

O Código Eleitoral de 1932 criou a Justiça Eleitoral, que passou a ser responsável por todos os trabalhos eleitorais – alistamento, organização das mesas de votação, apuração dos votos, reconhecimento e proclamação dos eleitos. Além disso, regulou em todo o país as eleições federais, estaduais e municipais. Extinta com a instituição do Estado Novo em 1937, decretado por Getúlio Vargas, período totalitário que perdurou por até maio de 1945, quando o Decreto-Lei No. 7.586, de 28 de maio de 1945 determinou recriação da Justiça Eleitoral e do Tribunal Superior Eleitoral, em dois de junho daquele ano.

Ficaria de um lado os Chaves e seus correligionários no PSD, o que para eles seria o mais conveniente, enquanto que para as outras lideranças restaria a filiação na UDN, criando partidariamente uma ala de oposição até ali praticamente sem força nenhuma. Ficou então radicalizado os dois partidos políticos limoeirenses: PSD e UDN.
Para os Chaves, havia um ponto a favorecer: é que até a queda de Getúlio, quem administrava o município na qualidade de prefeito era Custodio Saraiva de Menezes, esposo de dona Judite.
Depois, mesmo com a extinção do Estado Novo, o que obrigou a mudar também os prefeitos municipais, assumiu novamente Sindulfo Chaves (meses – 1945) para depois entregar a outro chavista Francisco Remígio de Freitas(Neto) -  filho de Raimundo Remígio (1945/1948).
Isso era uma amostra de que mesmo com as reviravoltas políticas os Chaves tinham o controle do poder, numa prova de que gozavam de farto prestígio tanto na esfera estadual quanto na federal e que isso tendia a permanecer ainda por algum tempo.
Mas se o sistema político havia mudado e todos tinham que se adaptar a ele, a receita da redemocratização incutia na cabeça de muitos a certeza de que estava se enterrando de vez o poder absoluto e praticamente até ali, sem concorrente da Oligarquia Chaves.
Como desde muito tempo já vinha se formando um bloco de oposição, seus participantes começaram a antever uma forte possibilidade de reverter o quadro e trabalharem juntos para derrubar o poder dominante há mais de meio século em Limoeiro.
Nomes de peso começaram a se organizar e novas lideranças foram surgindo, além daquelas já bastante conhecidas, todas com segura influência popular tendo à frente aqueles que foram denominados Tropa de Choque, sendo eles: Sabino Roberto, Pedro de Freitas, Nozinho, João Eduardo, Manfredo de Oliveira e outros.
A maioria dos que se opunham aos Chaves a fim de tomar o poder estava enquadrada na nova classe que nascera através da valorização da cera de carnaúba (os novos ricos/coronéis da carnaúba). Aproveitando-se das mudanças que vinham ocorrendo na política brasileira e por força do poder econômico que representavam, resolveram tomar o poder a qualquer custo, porem, a falta de experiência política dificultava tirá-lo das mãos dos Chaves.
"...os novos ricos não tinham tirocínio político para tomar o poder dos burocratas. Teriam que aprender a politicar a duras penas. Assim, embora constituindo uma “nova classe” (novos ricos), não conseguiram logo assumir o poder que continuava a ser gerido pelos Chaves."(LIMA, Lauro de Oliveira. Na Ribeira do Rio das Onças. Op. cit. p. 321.)
Mas era chegado o momento de saber se o povo realmente estava de acordo com a política dos Chaves. Agora era ele (o povo) quem tinha o poder da escolha através do voto.
Naquele momento de grandes mudanças na política, notava-se a euforia generalizada do povo, o que demonstrava que não estava tão alheio com relação ao processo político e a ele caberia eleger diretamente seus representantes. Com isso, não somente os Chaves, mas os políticos em geral tinham que sair dos bastidores e irem até as ruas, mostrarem suas pretensões e a elas serem fiéis.
A atuação dos oposicionistas preocupava os Chaves e como há quase um século vinham ditando as regras do jogo político sem dar as mínimas para os anseios populares, viu-se diante de uma situação que exigia mais inteligência e perspicácia do que prestígio, ademais não estavam acostumados a repassarem suas ideias para o povo. Não obstante, contavam ainda com o poder cartorial que mesmo tendo sido degolado no controle total das eleições, se apresentava como uma arma poderosa e que poderia ainda ser usada, bastaria que fosse de forma mais discreta e sutil, o que não seria tão difícil, pois dona Judite fazia esse papel com muita mestria.
Os nomes que faziam a oposição também não estavam querendo simplesmente tomar o poder, ou até mesmo pensando somente no povo, pelo contrário, muitos o faziam por interesses políticos e até financeiros e esse último, não era um ponto a favorecer os Chaves. Se o lado financeiro não os favorecia tanto quanto aos adversários que se sentiam em melhor e mais confortável posição, pelo menos até aquele momento não representava nenhum entrave e confiavam muito mais no prestígio que tinham nas esferas estadual e federal e nos poderes político e cartorial.
Não encarar o fator financeiro como instrumento importante para permanecerem no poder, não foi uma estratégia inteligente dos Chaves. Ao confiarem apenas na força da burocracia cartorial e no prestigio de que gozavam, não atinaram para o novo poder que estava surgindo, com a parição dos NOVOS RICOS através da cera de carnaúba, fonte de riqueza para alguns proprietários rurais, principalmente nas décadas de 1940 a 1960 que a partir dali e até finais da década de 60 criaria em Limoeiro um sistema financeiro moderno para os padrões da época.
"A cera de carnaúba, rapidamente, escorria das palhas cortadas para o comércio, gerando a intensificação dos transportes e das atividades bancárias, processos altamente modernizadores [...]" (LIMA, Lauro de Oliveira. Na Ribeira do Rio das Onças. Op. cit. p. 321.)
Os Chaves não acompanharam essa modernidade e ingenuamente acreditaram que jamais seriam questionados e que seria quase impossível tirar-lhes as rédeas do poder.
Não perceberam que a partir daquele momento (1945) a velha política por eles praticada já não funcionaria com a mesma eficiência. Pensaram que tudo continuaria como antes da redemocratização, quando o povo nada tinha a reclamar e nem lhe era dado esse direito. A arrogância e a cegueira pelo poder fizeram ignorar de que existe em todo ser humano normal,  duas preciosidades: “a faculdade de pensar e a necessidade de se revoltar”. (Mikhail Bakunin  - em Deus e o Estado)
Com o despontar das novas caras no contexto político limoeirense os interesses pessoais também foram sendo incluídos nas intenções dos oposicionistas e alguns deles se uniam ao bloco porque necessitavam também ampliar seus prestígios junto às autoridades maiores do Estado.
Um dos que rapidamente viu por esse ângulo as vantagens que podiam beneficiar suas empresas foi Manfredo de Oliveira, alto empresário limoeirense, juntamente com seu irmão Mário de Oliveira, sócios da respeitadíssima firma Oliveira & Irmão, que tendo se iniciado nos anos vinte, facilmente dominava o comércio na compra de cera de carnaúba, algodão, couro e outros produtos, além de lojas instaladas, empréstimos de numerários aos produtores e representações em bancos e importantes empresas do Estado.
Com a valorização da cera de carnaúba, onde Limoeiro era um polo importante nesta produção, os Oliveira passaram a administrar o dinheiro de muitos proprietários de terras de carnaubal. Juntamente com eles foram aparecendo os CORONÉIS DA CARNAÚBA que aos poucos e mesmo sem a experiência política dos Chaves foram se organizando, preparando-se para um dia assumirem o controle político do município.
Manfredo de Oliveira era um homem impopular. Há quem diga que por causa de sua antipatia e até certo ponto orgulho e aversão aos pobres, nunca quis candidatar-se a cargo nenhum, mesmo levando-se em conta o seu prestígio para com altas autoridades estaduais, certamente porque sabia que jamais conseguiria se eleger, ou que mesmo elegendo-se, lhe custaria muito caro, e também – talvez tenha sido justamente por isso – lhe renderia muito mais para suas empresas se permanecesse na retaguarda. Gostava de fazer política e sua tomada de posição em relação aos Chaves seria por tradição, pois o seu pai (Quinco Badaneco) era um fiel aliado do Coronel José Nunes contra o Coronel Serafim Chaves no final do século XIX. Mas a sua influência política veio realmente aflorar a partir de 1945.
Também nessa época, aparecia em Limoeiro do Norte, aquele que viria a ser o mais ferrenho e competente adversário político dos Chaves. Tratava-se de Manoel de Castro Filho, um caboclo genuíno, acobreado, com aparência inconfundivelmente sertaneja. Vindo por acaso de Morada Nova para jogar em um time de futebol limoeirense, em aqui chegando, arranjou namoro e logo um casamento com Osmira, filha do ex-intendente e também adversário dos Chaves, Júlio Eduardo. Recém-formado em Direito, montou logo um escritório de advocacia, mais por exigência do pai do que por vontade sua, já que não pretendia fazer profissão como advogado. Ao juntar-se com os antichavistas, foi captado por Manfredo e outros de que aquele seria o homem ideal para politicamente enfrentar os Chaves, ou seja, fazê-lo “testa de ferro” na disputa pelo poder. Como era detentor de uma perspicácia incomum, Manoel de Castro logo percebeu que podia tirar muito proveito dessa oportunidade que estavam lhe dando. Era um apaixonado por política também por tradição, já que seu pai era um desses coronéis no município de Morada Nova.
Não demorou muito para se mostrar um político inteligente, adquirindo rapidamente uma matreirice e uma excepcional astúcia o que viria incomodar enormemente os seus adversários.
Em pouco tempo se revelou um das figuras mais populistas que se tem notícia na história de Limoeiro do Norte o que não tardou unir-se a um fisiologismo e que marcou sua vida pública.
Sua primeira vitória sobre os Chaves foi quando da sua nomeação para juiz eleitoral em 1945, cargo que ocuparia até julho de 1946, tempo suficiente para fazer uma fiscalização nos cartórios da cidade.
Com certeza, que a nomeação de Castro para Juiz Eleitoral foi mais uma incisão a ser aberta na liderança chavista e mesmo sendo um iniciante na política não deixou de causar preocupação ao ser indicado. Mas há de se convir, que a família Chaves era sem dúvidas, ainda quem tinha maior prestígio junto aos políticos estaduais e federais, sendo esse um dado importante que a favorecia frente ao comando político. O timão da política limoeirense estava muito bem seguro nas mãos de dona Judite e não seria fácil tomá-lo.
Mesmo tendo sido Custódio Saraiva derrubado do poder municipal com a queda de Getúlio, na transição assumiu imediatamente o seu sogro Sindulfo Chaves, por alguns meses (1945).
Depois, também por nomeação até que se definissem dentro da Constituição de 1946 as primeiras eleições populares municipais, assumiu o partidário Francisco Remígio de Freitas (Neto) (1945/1948), filho de Raimundo Remígio de Freitas.


Os Remígio de Freitas eram chavistas por tradição. O Coronel Francisco Remígio, (falecido em 1931), foi ligado políticamente aos Chaves embora sendo um dos coronéis da carnaúba:

"Francisco Remígio de Freitas conquistou sua influência política através do plantio de carnaubeiras, que lhe consagrou poder devido ao dinheiro que isso representava na época". (Depoimento de uma descendente).

Tendo ficado órfão de pai (Pedro José de Freitas) muito cedo, foi criado por um amigo da família, de Aracati, que costumava fazer pousada no Sítio Botão onde residiam.

“foi educado lá, onde aprendeu a ler e escrever, a trabalhar o pão, porque a nova família tinha padaria; (...) Na sua vinda trouxe livros e começou, logo que pode, a ensinar as crianças a ler, com um sonho de ensinar também às meninas porque suas “irmãs” de Aracati também sabiam ler e escrever.(...) Aproveitando sua experiência, montou uma padaria de nome Oriente...” (SANTIAGO, 2004, p. 300) 


Diante do quadro político do momento não foi nada difícil para os Chaves elegerem os dois prefeitos que se seguiram, o que lhes encheu de otimismo.
A verdade mesmo é que até então, ninguém tinha condições de combater a oligarquia chaves já que todas as vantagens do sistema ainda a favoreciam.
Nos últimos dias do ano de 1947, mais precisamente em 07 de dezembro aconteceu a primeira eleição para prefeito após a redemocratização e foi facilmente eleito pelo PSD dos Chaves Estevão Remígio de Freitas (1948/1951) que disputou justamente com o sogro de Manoel de Castro, Júlio Eduardo de Sousa.
Foi também em 1947 que se elegeram pela primeira vez numa eleição direta e com voto secreto os vereadores para compor a Câmara Municipal. Até então, a Câmara exercia um papel de somenos importância, todavia atuava como legítimo representante do povo e o vereador saiu valorizado quando sua eleição também foi colocada em disputa democrática e foram eleitos os seguintes vereadores:
  1. Antônio Alves Maia
  2. Francisco Moreira Filho
  3. Francisco Pergentino Mendes Guerreiro
  4. Gerardo Machado Nogueira
  5. João Marques de Oliveira Paiva
  6. Jose Ferreira Maia
  7. Jose Guilherme Ferreira
  8. Sabino Roberto de Freitas
  9. Sizenando Jacó de Freitas
Em 1950 a vitória chavista se repete com a eleição de Francisco Nonato Freire (Mixico Nonato). Naquela eleição, a UDN, numa tentativa de inviabilizar a candidatura pessedista lançou o nome de Napoleão Nunes Maia, homem culto, de perfeita oratória que se expressava com uma imensa facilidade, tendo sido apelidado inclusive, segundo o Padre Francisco de Assis Pitombeira de “Lacerda de Limoeiro” numa alusão a Carlos Lacerda.
Diferentemente de Napoleão, Mixico Nonato era semianalfabeto e contam que os seus discursos eram feitos pela esposa dona Carmosina Arrais que discretamente ficava lendo atrás para que ele repetisse palavra por palavra. Nem por isso deixou de ganhar facilmente a eleição.
Também na eleição de 1950, numa demonstração de força política, tanto de um lado quanto do outro, foram eleitos dois deputados: Franklin Chaves (PSD) e Manoel de Castro (UDN).
Sem dúvidas, que a eleição de Franklin, aumentou o otimismo dos Chaves, dando provas de vigor político e a certeza da força que tinham junto ao povo.
E para Manoel de Castro, a eleição caiu como um presente dos deuses, aumentando a sua força na oposição, bem como dando mostras da expansão que estava se processando na ala udenista, fortificando-se cada vez mais no caminho irreversível para a tomada do poder.
FRANKLIN - O DEPUTADO DOS CHAVES
A participação política de Franklin Gondim Chaves, até então era mais nos bastidores, meio acanhada, talvez porque era o tipo burguês de aparência aristocrática e não muito afeito ao contato direto com o povo.
Iniciou sua trajetória no Integralismo do qual foi o fundador em Limoeiro, mas desde muito jovem já era chamado para fazer parte do processo político local e ele mesmo afirma da sua participação em uma das eleições a bico de pena as quais aconteciam de maneira fraudulenta e comenta o quanto eram vergonhosas:
“[...] porque a última eleição que houve, foi uma vergonha a apuração dos candidatos todos. O sujeito não tinha condições, não havia hipótese de você se eleger contra o governo. Não havia. Não tinha nem graça. Apuravam tudo, as eleições eram feitas a bico de pena, e eu vou contar um fato. O meu tio, esse meu tio era um homem bondoso e tal, mas tabelião lá do sertão, da equipe dos chefes. Fazia aqui então os livros para eleição, ele era o tabelião e era o encarregado do cartório e os livros iam pra ele. Então as eleições eram feitas a bico de pena, quer dizer, já há quinze dias antes da eleição meu tio começava a chamar: “fulano assina aqui” e os sujeitos assinava quatro cinco nomes de eleitor modificando a letra do eleitor, eu mesmo tinha que fazer isso, dizia: “Franklin assina aqui o nome”, eu peguei e assinei bem uns. A eleição foi feita bem com quinze dias de antecedência”. (CHAVES, Franklin Gondim. Entrevista a UFC. apud. REGES, João Rameres.  Tese de Doutorado, "INTEGRALISMO E CORONELISMO: INTERFACES DA DINÂMICA POLÍTICA NO INTERIOR DO CEARÁ (1932-1937). UFRJ; 2008.
Toda sua atuação foi de continuidade à política praticada anteriormente por sua família e jamais tentou promover uma mudança no sistema, pelo contrário, foi objetivando sempre a manutenção do poder que trilhou toda sua vida pública.
“(...) o ambiente político onde Franklin foi formado, do qual soube apropriar-se muito bem sem, no entanto, pretender modificá-lo. Nesse sentido, podemos afirmar que nesse particular ele tinha a clara consciência de seu papel no interior do jogo político, das interações possíveis, pois jogava de acordo com as regras que se lhes eram oferecidas”. (...) trazia consigo as marcas impressas pela convivência em meio às práticas políticas corriqueiras e os interesses familiares ditavam-lhes as escolhas. (REGES, João Rameres.  Tese de Doutorado, "INTEGRALISMO E CORONELISMO: INTERFACES DA DINÂMICA POLÍTICA NO INTERIOR DO CEARÁ (1932-1937). UFRJ; 2008.
Foi Deputado Estadual pela primeira vez em 1947, "atendendo a um apelo do seu pai, em 1946, concordou que o Diretório do Partido Social Democrático (PSD) de Limoeiro do Norte indicasse ao presidente do partido no Ceará, Dr. Francisco de Meneses Pimentel, a inclusão do seu nome como candidato a deputado estadual." (Centenário de Nascimento de Franklin Gondim Chaves, 10.02.1908 – 10.02.2008)
Incrível é que não tinha nenhum carisma, não era admirado pelo povo, entretanto muito mais pela força política da família, sobretudo da sua irmã Judite foi facilmente guindado à Assembleia Legislativa do Estado, por sete vezes consecutivas (1947, 1951, 1955, 1959, 1963, 1967 e 1971).
É tido como idealizador e até responsável direto pela construção e implantação da Escola Normal Rural de Limoeiro do Norte. Foi sua família quem se apossou daquele bem público, usufruindo dele até hoje como se fosse a legítima dona.
"A comemoração dos 50 anos da Escola Rural Normal. Não se comemorou o evento. Pôs-se, na ribalta, a família Chaves, toda já vindo de fora, como se ela fosse credora de todos os louros (de uma instituição, tipicamente comunitária)". (PITOMBEIRA, Francisco de Assis. Comentário. apud LIMA, 1987, Op. cit. p. 329.)
“Na festa do cinquentenário, chamou a atenção de todos o esquecimento dos nomes dos sócios fundadores e o tom familiar das homenagens prestadas à familia Chaves.” (LIMA Lauro de Oliveira Lima. Sistema Escolar em Limoeiro do Norte. Fortaleza, 2002, p. 133)
Tão importante instituição comunitária, não deve e nem pode sair da memória de que foi criada com o esforço da sociedade limoeirense. É bem verdade que desde sua fundação (15 de setembro de 1935) funcionou de acordo com os seus Estatutos. Mas ao passar definitivamente para as mãos da família Chaves, esta esqueceu rápidamente os méritos da sociedade limoeirense que a criou e que por muito tempo foi referência de ensino para Limoeiro do Norte e região jaguaribana.
A propósito, sobre como Franklin Chaves usufruía dos bens públicos, é interessante destacar o que diz Lauro de Oliveira Lima:
“O Diário do Povo (Jáder de Carvalho) de 8 de abril de 1958 (sexta feira) publica “Revelações do Outro mundo” em que Rui Monte (na época falecido) sopra ao ouvido do jornalista revelações comprometedoras sobre o uso que Franklin Chaves fazia de moto-bombas, arados, cultivadores, etc. da Secretaria de Agricultura, distribuindo-os com seus cabos eleitorais (Francisco Nonato Freire) José Chaves Gondim, José Holanda Cunha do Castanhão, Felizmino Ferreira Maia. (...) Protegeu Mixico com cereais da CAN. As safras de campo de Quixaba desapareciam sem deixar rastro...” (LIMA, Lauro de Oliveira. Na Ribeira do Rio das Onças, 1997. Op. cit. págs. 404-405)
Ao ocupar um assento na Assembleia Cearense, tornou-se o terceiro membro da família a compor o legislativo estadual, antes foram deputados, o seu avô o Coronel Serafim Tolentino Freire Chaves (1886/1887) e o seu tio Dr. Leonel Serafim Freire Chaves (1915/1916).
Na qualidade de Presidente da Assembleia Legislativa, assumiu o Governo do Estado pelo curto período de 12 de agosto a 12 de setembro de 1966, ocasião em que presidiu na Ilha de Fernando de Noronha reunião do Conselho Deliberativo da SUDENE.
JUDITE – A GRANDE DAMA DA POLÍTICA
Foi partir de 1945 que dona Judite detonou todo seu poder de liderança muito embora já tivesse expressiva influência na política limoeirense e ainda usando, só que de maneira mais cautelosa o poder cartorial, seu principal instrumento eleitoral. Preferiu – sempre – fazer política em favor da própria família usando uma aguçada sagacidade para coonestar fraudes eleitorais através do cartório do qual era tabeliã, seguindo à risca a mesma cartilha dos seus ascendentes.
“De inclinação política naturalmente herdada de seu genitor, Sindulfo Freire Chaves, ocupou lugar de destaque, consagrando-se como grande líder prestigiada em toda região jaguaribana. [...] Conquistou importantes vitórias, elegendo prefeitos e vereadores e participando de campanhas memoráveis.” (CASTRO, Maria Dilce de Lucena. Comentário. Apud FREITAS, Maria das Dores Vidal e OLIVEIRA, Maria Lenira de. Judite 1906 – 2006, p. 99.)
Apelidada de Coronel de Saia, alcunha essa tão bem adequada para uma mulher que comandava com mão de ferro um grupo político dos mais poderosos do município, era ainda citada como “mulher de cabelo na venta” comparada inclusive, por Lauro de Oliveira Lima a Maria Moura, personagem forte da romancista Raquel de Queiroz.
Comandava seu grupo político com uma autoridade incomum, todavia, sem a necessidade de impor uma condição dominadora que pudesse prejudicar sua liderança. Sabia muito bem, e com perfeição a arte de liderar.
"Comandava os chefetes políticos com a eficiência e o autoritarismo de um caporal." (PITOMBEIRA, Francisco de Assis. Comentário. apud LIMA,1987, Op. cit. p. 329.)
Se houvesse necessidade, colocava em pratica toda sua coragem como consta no relato de sua filha Lirete, quando presenciou uma vez em que ela teve que entrar numa briga entre dois homens:
“...deparou com a cena violenta de dois homens em luta armada com facas rolando pelo chão, enquanto uma multidão os observava. Ela gritou, pedindo que alguém tentasse impedir uma tragédia, mas ninguém se mexeu; determinada, avançou, pisou no braço de um dos homens e, segurando sua faca, puxou-a de uma forma que a quebrou. Estupefatos diante daquela mulher, os brigões se levantaram e lhe obedeceram quando ela lhes ordenou que parassem com a briga e se ajoelhassem para pedir perdão a Deus.[...]” (FEIJÓ, Maria Lirete Saraiva. Comentário. Apud FREITAS, Maria das Dores Vidal e OLIVEIRA, Maria Lenira de. Judite 1906 – 2006,p. 29)
Não obstante, tem seu nome nos registros históricos como uma mulher consciente do seu papel de líder. Muito caridosa e de dedicada religiosidade, era querida por todos os limoeirenses e a condição de líder política jamais ultrapassou sua índole extremamente humana e estava sempre pronta a ajudar a quem quer que necessitasse.
Era de uma simpatia, simplicidade e elegância extraordinárias, o que fortalecia a sua liderança política, no tratamento com as pessoas.
“Era uma senhora elegante, simpática e que dispensava a todos igual tratamento; não fazia discriminação entre os mais humildes e as mais altas autoridades”. (SARAIVA, Antônio Airton Gurgel. Comentário. Apud FREITAS e OLIVEIRA, 2006 Op. cit. p. 35)

Mostrou que era inteligente quando nunca quis candidatar-se a nenhum cargo, mesmo sabendo talvez, que teria chances de se eleger. Certamente tinha receio de que como mulher, tivesse que sofrer forte discriminação vinda do espírito machista em não admitir que uma mulher pudesse assumir cargos igualmente a um homem. Ora, se hoje ainda existe esse preconceito imagine naquela época!
Mas, apesar de haver demonstrado ser inteligente nas suas estratégias políticas e, sobretudo em não querer candidatar-se a nenhum cargo, dona Judite, por outro lado, foi ingênua, no que diz respeito ao processo depois de 1945. Talvez, embriagada pela convicção de que o prestígio e o cartório sustentariam a família no poder, acreditou que nunca os adversários tomariam de si as rédeas do comando político.
Os resultados eleitorais das duas eleições que se seguiram após a redemocratização, bastante favoráveis para o seu grupo, sem dúvidas deram-lhe a certeza de que nada mudaria mais uma vez. Outrossim, o cartório continuava sendo o seu principal trunfo e sem dúvidas ainda representava uma peça importante, sobretudo, estando nas mãos de quem o sabia usar tão bem como ela.
Seria uma injustiça a história não reconhecer dona Judite como uma mulher de fibra e posição política altamente ideológica, principalmente porque não se tem notícia de seu envolvimento em negociatas para manter a família no poder. Observamos que em toda sua vida pública, teve o cuidado de zelar por sua dignidade e permaneceu sempre numa posição de firmeza na defesa inconteste de suas ideias, sem jamais se unir àqueles que sempre foram considerados seus adversários políticos.
Podemos constatar essa afirmação, lembrando que seu maior e mais duradouro adversário político foi Manoel de Castro e numa convicção altamente ideológica, sempre esteve nos palanques contrários nas campanhas políticas de Limoeiro do Norte, como a de 1976, apoiando Gladstone Bandeira, quando este rompeu com Castro para lançar sua candidatura independente e em 1982 quando apoiou Wilson Holanda, sendo que essa foi a sua última participação, consciente de que a idade avançada, já não suportava mais contribuir em campanhas eleitorais.
Dona Judite faleceu aos 83 anos de idade, nas últimas horas do dia 31 de dezembro de 1989. Deixou o legado de uma vida dedicada não somente à política partidária, mas em todos os setores - política, religiosa, cultural etc. - da sociedade limoeirense e jaguaribana, além de uma índole caridosa e solidária para com o próximo, independente de raça, cor, posição social, ideologia política etc.
Algum historiador deverá, algum dia, se dispor a escrever a biografia dessa MULHER, completando o trabalho - no meu entender, incompleto - de Maria Das Dores Freitas Vidal e Maria Lenira de Oliveira (Judite 1906 - 2006).
BREVE HISTÓRICO SOBRE CAMARAS MUNICIPAIS
Aqui nos cabe fazer um breve relato sobre a atuação das câmaras municipais. Elas têm história bem mais antiga do que os outros poderes e já funcionava no período colonial brasileiro (1530-1822), porém somente nas povoações com categorias de vila.
Exceto o representante da Coroa Portuguesa, cognominado de Juiz de Fora, os outros membros da Câmara eram eleitos para um mandato de três anos, e somente tinha direito de votar e ser votado, os latifundiários, a nobreza, a milícia e o clero. Ainda faziam parte da câmara um Procurador, um tesoureiro e um Escrivão, também eleitos na mesma forma dos Juízes ordinários e os Vereadores.
As atribuições dos vereadores eram amplas e de grande poder, pois além daqueles interesses específicos da vila, taxavam impostos, administravam bens e as respectivas receitas da vila, construíam e conservavam edifícios, estrada e pontes, cuidavam da limpeza das ruas e conservação de praças, nomeavam funcionários da administração geral etc.
Com a independência do Brasil e com a política centralizada durante o império (1822–1889) o poder municipal através da câmara foi sensivelmente diminuído e a partir de 1824, passou a ser uma instituição simplesmente administrativa e praticamente sem nenhum poder.
Apesar de certo prestígio, os vereadores não eram remunerados, visto que era uma honra servir ao povo e uma ofensa receber pagamento por isso.
Atualmente, as Câmaras Municipais se constituem num poder “independente”, funcionando como porta-voz dos interesses do povo, fazendo reivindicações ao Prefeito, elaborando leis de interesse local, fiscalizando os gastos públicos e fortalecendo a democracia.
CÂMARA MUNICIPAL DE LIMOEIRO DO NORTE
Um pouco da sua história
Somente os povoados com categoria de VILA é que podiam ter instaladas suas Câmaras de Vereadores.
(Lei Provincial nº 1402, de 22 de julho de 1871 - A Vila Limoeiro só foi instalada dois anos depois).
A inauguração solene da nova vila, deu-se em 30 de julho de 1873, com a presença do O Coronel da Guarda Nacional Francisco das Chagas de Araújo, então presidente da Câmara Municipal de São Bernardo das Russas, dando posse à 1ª Câmara Municipal da Vila Limoeiro. 
Presidente: Capitão João Ennes da Silva 
Vereadores: Antônio Alves de Carvalho, Capitão Fernando Deodato Colares, André Nogueira Epifânio, Manoel Loureiro d'Oliveira, José da Costa Silva, Agostinho Nunes Guerreiro. 
O presidente da Câmara era também Intendente, ou seja, Administrador Público Municipal.
O Prédio onde hoje funciona a Câmara Municipal teve sua construção iniciada em 1878, no período da terrível seca (1877/1878) e inaugurado em agosto de 1880, mas que só foi realmente concluído na gestão do prefeito Júlio Eduardo de Sousa (1914/1918).
No andar térreo funcionava a Cadeia Pública e no superior a Intendência Municipal, esta, até o ano de 1968, quando a prefeitura passou para suas novas instalações, na rua Cel. Antônio Joaquim, construída pelo então Prefeito Raimundo de Castro. 
Não podemos dizer que o Poder Legislativo de Limoeiro, apesar de algumas conquistas e passagens históricas importantes, tenha sido na sua história assim tão independente. 
Vamos ver que principalmente a partir de 1945, os vereadores também entraram no mesmo jogo de interesses e passaram a cometer absurdos para continuarem exercendo a função.

DOM AURELIANO MATOS

Nesse período de grande agitação política, Limoeiro do Norte criaria um fato que marcaria na sua história como uma dos acontecimentos mais importantes.
Depois de uma disputa acirrada entre Aracati, Russas e Limoeiro, que o Cônego Pedro de Alcântara Araújo em seu livro "Capital e Santuário, Miragens Russano-Nordestinas" (último capítulo), chamou de Ladinice Eclesiástica, foi em Limoeiro do Norte que o Arcebispo Dom Manoel da Silva Gomes decidiu instalar a nova Diocese. (Toda história da disputa pela Sede do Bispado, está no Livro “Na Ribeira do Rio das Onças” de Lauro de Oliveira Lima, pgs. 365 a 380)

Diocese
Criação – 07 de maio de 1938 (Bula Pontifícia do Papa Pio XI)
Instalação – 29 de setembro de 1938.
Nomeação do Pároco – 26 de outubro de 1938. (Monsenhor Otávio de Alencar Santiago)
Posse do Pároco – 14 de Novembro de 1938
Assinatura da Bula da eleição – 30 de janeiro de 1940.
Expedição da Bula – 08 de fevereiro de 1940.
Posse do Bispado – 25 de agosto de 1940. (por procuração de Dom Aureliano, empossado Monsenhor Otávio no posto de Vigário Geral).
Sagração Solene de Dom Aureliano – 29 de setembro de 1940.
(MAIA A. F., 2010)

Independente da disputa de bastidores, de acusações de deslealdade e desonestidade no decorrer do processo de escolha, o fato é que Limoeiro do Norte passou por uma grande transformação após a chegada de Dom Aureliano Matos. Sua maior preocupação, além de assistência a toda a Diocese, que abrangia todos os municípios da região jaguaribana, foi incentivar e fomentar o desenvolvimento, sócio-cultural, educacional e econômico do município.

São obras de suas iniciativas
1941 – Restauração do Círculo Operário
1942 – Ginásio Diocesano
1943 – Maternidade São Raimundo
1947 – Seminário Cura D’Ars
1947 – Patronato Santo Antonio dos Pobres
1957 – Casa de Saúde São José
1962 – Rádio Educadora Jaguaribana
1964 – Faculdade de Filosofia (inaugurada em 1968 quando já havia falecido)
Acontecimentos importante que promoveu em Limoeiro
1953 – Passagem da Imagem de Nossa Senhora de Fátima
1954 – Congresso Eucarístico
(MAIA A. F., 2010) 

São apenas alguns exemplos para mostrar seu espírito empreendedor, desenvolvimentista e de grande liderança. Não titubeava em nenhum momento se fosse convocado para fazer qualquer esforço para Limoeiro. Podemos provar isso contando um fato interessante. Contam que algumas lideranças políticas, foram ao Palácio para lhe propor acompanhá-los a Brasilia, reinvidicar a ponte sobre o Rio Jaguaribe. Mal fecharam a boca e ele respondeu imediatamente com uma pergunta oportuna: “já compraram as passagens?
Limoeiro do Norte teve a sorte de ter como primeiro bispo o imortal Dom Aureliano Matos e a rigor o municipio só viu o progresso – econômico, sócio-cultural e educacional – com a sua vinda.
Não custa indagarmos: Se não tivesse sido o espírito empreendedor e desenvolvimentista de Dom Aureliano, como seria hoje Limoeiro do Norte?
“Foi um privilégio para a história de Limoeiro ter, como primeiro bispo, Dom Aureliano Matos. Carismático, autoritário, grande administrador, sagaz economista, empolgou a população do município que atendia pressurosa a todos os apelos do bispo, que funcionava como apóstolo religioso e líder civil, na educação popular e na modernização da povoação".(LIMA, Lauro de Oliveira. Na Ribeira do Rio das Onças, 1997.pg. 368)

3 comentários:

Anônimo disse...

obg, me ajudou bastante no trabalho.

Unknown disse...

Minha orígem está em Limoeiro do norte, meu pai era Manoel Izidro de Freitas e filho de um dos Remígios.
Dessa família só conhecí meu tio Hipolito Remígio de Freitas em Fortaleza; lhe pergunto: ainda tem alguem dessa família( Remígio de Freitas) em Limoeiro?
Sou do Amazonas e vivo em Manaus...
Lhe agradeço pelas histórias aqui apresentadas e por alguma informação.

Unknown disse...

Eu sou Moacy Neves de Freitas,filho de Manel Izidro de Freitas,
Sou neto de Francisco Remígio; (O seu Chiqin Remigio,nasci em Limoeiro em 05/08/ 1941,fui registrado no cartório de Dona Judite!